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A meiguice mais traquina sobrevive a infância mais adulta,
Mesmo que Horríveis ainda sejam as sombras soltas de um passado, a bondade de existir no arame fino de Deus é simplesmente reconfortante e contagiante, apesar de todos os movimentos oscilantes.
Apesar das incertezas do vento e da chuva, existirá um cantinho na nossa alma resguardado pela pureza do Cristo que já foi menino…

Aprendi a reconhecer que as lágrimas substituem os sorrisos na hora do adeus…
Mesmo assim, nas dificuldades é do teu sorriso que me lembro, ….
…ainda é cedo doce menina…
Demasiado cedo, para vestires as asas e cuidares do que é teu no céu…
Resiste, têm fé e não adormeças, preciso de ti para te fazer feliz …

Obrigado Fernanda, por seres a minha esposa dedicada…

Quando entrei no teu coração,
Tive a impressão que me encontrava no campo Minado em Angola…
Tantos vestígios de uma guerra sem sentido, entre o medo e a solidão…
Parecias não ter pressa em seres feliz …
Que coração tão desarrumado eu encontrei!
Tinhas o teu retracto escondido debaixo do guarda-fato …
Negavas o teu sorriso…
Vestias te de viúva, …
Hoje…
Hoje, és a floribela do meu jardim…
Depois de teres ido ao dentista já não tens medo de sorrir,
E afinal de contas, o teu coração contínua desarrumado mas por outro motivo… vem a caminho o nosso pequenino…

O rosto do teu rosto não combina com o rosto do meu ser…
O meu ser não sabe ser o sorriso do teu rosto…
Observas te no espelho que inverte as palavras…
Que magoam as almas, mesmo sem serem gordas e magras.
Namoras com os rostos espelhados nos espelhos errados…
Porque não namoras comigo …!?
Não sei mentir com rosto…
Só sei ser teu amigo…

Menina dos sobressaltos, dos silêncios aguçados…
Não tenhas medo do futuro…
Das pontes que ligam os afectos…
Dos caminhos incertos
Dos muros feitos de vultos

Tece a tua própria fuga,
Dessa agonia escura
Que te anula

Desmonta a tua própria gruta

Deixa que o pintor das nossas vidas reanime as tuas cores
Pois o menino sol é um sonhador…

É errado defender causas perdidas …
Acrescentar ao ditado uma fábula…
Encorajar um velho a dançar lambada…

É certo morrer sedentário,
Correr atrás do ouro roubado …
Envelhecer a alma, com os cuidados da pele…

É menos errado afunilar as emoções no cesto da roupa…
Suar os lençóis,
Evitar os bebes
Graças a um plástico com sabores a frutas…

E é mais que certo emagrecer a consciência
Em nome da aparência
Soletrada pela sociedade em voz alta…

E no fundo, o nosso rumo não tem barreiras protectoras,
Gostamos sempre mais das descidas e das rectas compridas…
Que das subidas…

Envelhecer não é um caos, é uma arte ….
Não é um balde… é um vaso…

E no fundo aprendemos, que somos aprendizes para sempre…

Deus é menino, tenho a certeza…

Não tem barbas grandes,

E nem usa cajado

E nem fala alto…

Ele brinca comigo…

Ele é meu amigo…

E nem me magoa quando não faço os trabalhos de casa…

Eu sei disso

Porque o sinto triste quando choro

Alegre quando eu ajudo a minha mãe a lamber o tacho do pudim…

...quando vou em cima do burro a caminho da courela …

Os círculos da vida

Tudo se une a um todo

Um vínculo se procura

Uma metade se encontra

Uma estação dá lugar á outra

Numa rotação perfeita

Guiada pelas estrelas

Filtrada pela natureza

Entre o biombo de Deus

Vento vendado ,
Olhar triste,
sabor dado
ao que existe .
num apego
apreçado ...

Para onde me levas ó sangue triste…
Na argila morta.
das lágrimas….
Por favor
Não me leves para lá das estrelas negras…
E nem me mostres os grãos de pedra…
Quero morrer seco
para que o vento me leve
para junto de uma praia …

Arqueiam-se os olhos
Nas fissuras dos lábios….

E como lábios são esteiras do céu.
Se morre envenenado na pele…

Murmurando teu cheiro….

Deus tatuou o teu espírito no nosso coração…

Intemporais os sorrisos as gargalhadas gentis, que testemunhámos junto de ti…

Sofrias as metamorfoses das lágrimas quando nos abraços discretos nos confiavas a tua fragilidade, robot-cop de algodão doce…
Sabes, os seres iluminados como tu não vivem só na lembrança, nascem todos os dias com as cores embrionadas pela luz…

Acredita,
Saudade …não significa só ausência, mas sim a esperança de reviver a tua presença nos instantes inacabados…

Silêncios abrigados do escuro …

Meu amor é feito de sal…

Mas também é doce, quando no meu colo adormece…

E se esquece de prolongar o seu azul,

deixando a brancura da espuma, pateando no meu rosto o reflexo da lua…