sábado, 27 de abril de 2024

Ainda acredito que uma Elefanta do mar pode abraçar um Lóris

 




Observei cada passo teu,

cada rasto de estrela

que deixaste,

emoldurei-o

com o olhar,

nas mãos,

sem pregar olho.

 

Apesar da lonjura dos olhares,

ainda tenho em fila

o molde de cada passo

teu,

e o seu infinito brilho

do adeus.

 

Deveríamos seguir o amor

quando o adeus não faz sentido

e modificar o seu destino.


Ou melhor,

o sentido contrário do amor

não pode ser a mão aberta

disfarçando o não

com mais quatro dedos

levantados,

desunidos do coração.

 

Ou melhor,

não deveria existir adeuses,

só as mãos abertas em pares,

mais que preparadas

para se entrelaçarem nas costas,

assim que regressares e

tocares no peito com o peito,

em clave.


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